DERMATOLOGIA VETERINARIA

Este termo “displasia epidérmica” indica um desenvolvimento anormal dos queratinócitos, células da epiderme, somado a uma hipersensibilidade exagerada à levedura Malassezia sp, microrganismos sapróbios da pele dos cães e dos gatos.

Alguns autores suspeitam que a origem deste defeito na renovação epidérmica e da resposta exacerbada à Malassezia, tenha uma origem genética e hereditária, determinada por uma herança recessiva autossômica ainda não identificada. Porém, há controvérsias neste ponto, pois alguns pesquisadores observaram que cães Westies com diagnóstico de displasia epidérmica, obtido mediante exame histopatológico de biópsia cutânea, que foram tratados com xampus desengordurastes e antifúngicos, bem como antifúngico e antibiótico orais, mostraram uma melhora acentuada do quadro clínico e, no novo exame dermato-histopatológico de espécimes colhidas 4 meses após o início do tratamento, houve uma mudança no padrão histológico, para o de uma dermatite perivascular superficial. Estes achados permitiram concluir que a displasia epidérmica é uma ração inflamatória de hipersensibilidade cutânea à antígenos da Malassezia sp, ou ainda resultado de um excessivo auto-traumatismo, e não uma distúrbio congênito de queratinização.

Os sintomas clínicos desta doença são pele oleosidade cutânea (seborréia) , descamação, Alopecia (perda do pelame) , acompanhados de prurido (coceira intensa) à medida em que a infecção fúngica se instala. A pele se torna espessa (hiperqueratótica) , escura (hiperpigmentada) e com odor rançoso desagradável, nos casos crônicos.
O quadro se inicia por volta dos 6 aos 12 meses de idade , inicialmente na região facial (cefálica), abdominal e das extremidades dos membros, se espalhando por todo o corpo. Normalmente vem acompanhado de uma excessiva produção de cerume em orelhas (meatos acústicos), prurido ótico e piodermite secundária.

O diagnóstico é dado mediante o exame histopatológico de biópsia cutânea, somado aos sintomas e lesões observados.

O prognóstico desta afecção é bastante reservado, uma vez que os casos crônicos respondem pobremente à terapia, havendo necessidade de manutenção perpétua de medicamentos que aliviem os sintomas, uma vez que não há cura definitiva. 

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Alergia Alimentar em Cães e Gatos

janeiro 26, 2011

A alergia alimentar, também denominada hipersensibilidade alimentar ou dermatite trofo-alérgica, ocorre em 10% dos cães e gatos dermatopatas e corresponde a cerca de 5% dos casos alérgicos, consituindo-se como a terceria dermatopatia de natureza alérgica mais frequente dentre cães e gatos.
A patogenia deste quadro envolve reações de hipersensibilidade tipos II, III e IV a antígenos alimentares, normalmente representados por glicoproteínas.

Estes antígenos são macromoléculas protéicas hidrosolúveis, com peso molecular superior a 7500 daltons, absorvidos pela mucosa intestinal devido a falhas na barreira intestinal, e reconhecidos como antígenos devido a falhas no sistema imunológico. A barreira intestinal é constituída pela secreção de Ig A de mucosa, pelas células epiteliais fortemente unidas e pela presença de muco.
Dentre os alimentos identificados como alergenos podemos citar: carne bovina, soja, frango, leite, milho, trigo e conservantes. Estes passam a serem reconhecidos com antígenos após a cocção, preparo e digestão do alimento.
Os animais podem ser acometidos em qualquer idade, sendo que cerca de 50% dos casos são animais jovens, menores de 1 ano. Mesmo quando o alimento, quer de origem comercial ou caseira, é oferecido há muito tempo para determinado animal , sem ter havido qualquer mudança nos hábitos aliementares, devemos suspeitar de alergia aliementar, pois a primo-manifestação dos sintomas pode demorar meses a anos.
Dentre as raças caninas mais predispostas podemos citar o Cocker Spaniel, o Labrador, o Collie, o Schnauzer, o Shar Pei, o Poodle, o West Highland, o Boxer, o Lhasa Apso e o Teckel.
Os sintomas da alergia alimentar são prurido intenso , mormente em região de face, orelhas, axilas, porções ventrais do corpo e membros. Podem estar presentes malasseziose cutânea e piodermites secundárias, bem como otites externas. As disqueratoses acompanham grande parte dos casos. Em cerca de 10 a 15% dos cães com dermatite trofo-alérgica há concomitância com emese, diarréia e cólicas intestinais intermitentes.
As lesões incluem alopecia focal ou disseminada, eritema, pápulas, pústulas, crostas , hiperqueratose ou liquenificação, descamação, untuosidade ou ressecamento cutâneo.

No gatos a alergia alimentar pode se manifestar clinicamente de múltiplas formas: dermattie miliar, alopecia, prurido (principalmente facial e cervical), urticária, granuloma eosinfílico (placa eosinofílcia, úlcera indolente e granuloma linear). Cerca de 10% dos felinos também apresentam emese e diarréia.
Não há sazonalidade quanto às manifestações sintomatológicas, exceto naqueles casos em que há associação com dermatite atópica.

O diangnóstico da alergia alimentar pode ser firmado, única e exclusivamente, através da interposição de uma dieta caseira dita “de eliminação”, durante um período que varia entre 10 a 13 semanas. Esta dieta deve conter ingredientes jamais ingeridos anteriormente pelo animal, tais como: peixe, carneiro, coelho, carnes de caça, arroz integral, ovos, batata e outros tubérculos. Durante este período de teste não deve ser dado nada extra ao animal, como petiscos, ossos industrializados, etc.

O uso de dietas comerciais, ditas hipoalergênicas, não é indicado com finalidade diagnóstica, uma vez que há riscos de contaminação da ração com outros ingredientes durante o processo de industrialização, ao fato de que a fonte de gordura animal contida na ração poder conter proteínas estranhas e, sobretudo, à presença de conservantes e aditivos, aos quais os animais podem ser alérgicos.

Vários estudos conduzidos por pesquisadores nos EUA mostram que 15 a 50% dos cães comprovadamente alérgicos a alimentos apresentam alergia a rações comerciais ditas hipoalergênicas.
Havendo uma melhora significativa após o término deste período de teste, pode-se optar pela exposição provocativa, em que o alimento ao qual se deseja investig é introduzido na dieta caseira de eliminação a cada 14 dias, observando-se neste período a piora ou manutenção do quadro. Quando houver agravamento lesional e recidiva do prurido, aquele alimento testado é considerado como alergeno e eliminado da dieta daquele animal. Assim, pode-se chegar à conclusão de que alimentos estão envolvidos na etiopatogenia da alergia para cada animal, e propor dietas caseiras balanceadas e individualizadas, ou mesmo dietas comerciais que não os contenham.

Muitos proprietários preferem manter a dieta de aliminação “ad eternum”, pois julgam ser menos trabalhoso ou porque temerem a recidiva dos sintomas e lesões. Neste caso, deve-se realizar um balanceamento correto da dieta, e ter em mente que este animal poderá se tornar também alérgico a estes ingredientes, no futuro.

Os testes sosrológicos e cutâneos não são indicados para o diagnóstico da hipersensibilidade alimentar, por vários motivos: primeiramente, por avaliarem apenas uma reação de hieprsensibilidade do tipo I, que não está envolvida na etipatogenia deste quadro . Ainda, utilizam antígenos “in natura”, ou seja, não processados ou submetidos à cocção, industrialização e digestão, processo estes que modificam sua estrutura molecular. Por fim, estes testes apresentam baixa especificidade e não são métodos confiáveis.

O tratamento envolve a idnetificação dos alergenos envolvidos e eliminação dos mesmos da dieta, utilizando-se preparados caseiros formulados de acordo com o resultado da exposição provocativa, ou rações comerciais que não contenham os alergenos em questão. A relação ideal entre carbohidratos e proteínas da dieta é de 1:1, desde que não haja nefropatia ou hepatopatia concomitante. O carbonato de cálcio deve ser acrescido, bem como vitminas, ácidos graxos e sais minerais. Para tanto, pode-se lançar mão do balanceamento nutriconal elaborado com auxílio de planilhas nutricionais ou de profissionais especialistas nesta área.

O uso de drogas anti-pruriginosas, tais como anti-histamíncios e glicocorticóides, podem ser usados para aliviar o prurido durante a fase inicial da dieta, mas por um período breve (10 a 15 dias) , a fim de não mascarar o efeito da dieta na melhora clínica.
Os quadros cutâneos associados à hipersensibilidade, tais como Malasseziose, piodermites e disqueratose, bem como as otites, devem ser medicados em paralelo, topica ou sistemicamente, de acordo com a magnitude lesional.

O prognóstico é bom, embora sujeito a recidivas em função de novos alergenos alimentares em potencial, presentes na dieta.

Informações resumidas sobre a doença.

Cibele Nahas Mazzei, MV, MSc
dermatopet.com.br

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Demartite Miliar Felina

abril 17, 2010

As lesões clássicas da dermatite miliar felina são pápulas pequenas encimadas por crostas focais, mormente em região cervical, ou generalizadas. A dermatite miliar não é um diagnóstico em si mas sim um termo que descreve um padrão de reação cutânea desencada por vários fatores.

As possíveis causas deste quadro mórbido, bem como alguns itens como localização das lesões, maneiras de chegar ao diagnóstico, tratamento e prognóstico estão dispostas a seguir em forma de tabela:

CAUSA LOCAIS ACOMETIDOS DIAGNÓSTICO TRATAMENTO PROGNÓSTICO
DAPP

Região lombo-sacra;

partes distais do tronco; disseminado.

Controle de pulgas. Glicocorticóides, anti-histamínicos, controle de pulgas. Bom.
Dermatite atópica Regiões cervical e cefálica. Exclusão de demais alergias; histórico e exame físico; testes intra-dérmicos Glicocorticóides, anti-histamínicos, imunoterapia, ácidos graxos essenciais. Bom, mas exige tratamento vitalício.
Alergia alimentar Regiões cefálica e cervical; disseminado. Dieta de eliminação. Glicocorticóides, anti-histamínicos, ácidos graxos. Bom.
Escabiose Orelhas, regiões cervical e cefálica; região caudal Exame parastitológico de raspado cutâneo Anti-parasitários bom
Cheyletielose Região dorsal do tronco Exame parastitológico de escamas Anti-parasitários bom
Dermatofitose Focais ou disseminadas Tricograma; cultivo micológico de pelame; luz de Wood Anti-fúngicos

Reservado em animais de gatis e gatos Persa.

Bom nos demais casos.

Foliculite bacteriana Pescoço e cabeça Citologia e biópsia Anti-bacterianos bom

Embora as lesões sejam de sejam de fácil reconhecimento , é fundamental que se chegue às causas de base para que se obtenha a cura definitiva e não haja recidiva. Para tanto, é necessário que se faça a exclusão de cada uma das possíveis causas citadas, e isto envolve a colaboração e adesão do proprietário, bem como o acompanhamento periódico do clínico veterinário.

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Como diagnosticar alergias em cães e gatos?

abril 16, 2010

A alergia em Medicina Veterinária, assim como em Medicina Humana, é de diagnóstico bastante complexo e vem acometendo um número crescente de cães e gatos no mundo todo. Creio que toda especialidade clínica atende casos difíceis, cuja condução torna-se um processo desgastante tanto para o proprietário quanto para o veterinário, afetando em última instância o próprio animal. Em dermatologia veterinária este “calcanhar de Aquiles “ , por assim dizer, constituem as Dermatites alérgicas.

Atualmente elas correspondem a cerca de 70% dos casos dermatológicos atendidos na rotina clínica-dermatológica e, muitas vezes, o diagnóstico é trabalhoso e o prognóstico é sombrio. Digo isto porque não existe mágica, ou seja, não é possível diagnosticar alergia de forma confiável através de um exame laboratorial, como fazemos com tantas outras doenças dermatológicas, tais como as dermatites parasitárias (sarnas), as dermatites fúngicas (micoses), as neoplasias, as doenças autoimunes e tantas outras.

O diagnóstico confiável baseia-se na exclusão de demais dermatopatias pruriginosas (doenças que causam coceira) e, uma vez confirmado tratar-se de alergia, excluímos as diversas causas alérgicas. Isto, na maioria das vezes, gera frustração tanto ao cliente quanto ao veterinário especialista. O primeiro porque já consultou inúmeros profissionais antes de chegar a um especialista e quer uma resposta simples e imediata que resolva o problema do seu animal. Por outro lado, nós, clínicos, também nos frustramos ao perceber o semblante desanimador do proprietário, pois terá que passar por várias etapas antes de descobrirmos o tipo de alergia que acomete seu animal e, muitas vezes, terá que lidar com algo incurável por toda a vida.

A primeira etapa consiste na eliminação de ectoparasitas, pulgas, carrapatos e piolhos. Uma vez isto feito, eliminamos alimentos possivelmente envolvidos na alergia, e isto exige muita paciência e dedicação por parte dos proprietários, pois terão que oferecer alimentos caseiros ao animal por um período muito longo, que varia entre 60 e 90 dias, e remover todos os alimentos industrializados da sua dieta. Esta dieta, chamada de eliminação, é uma etapa fundamental para se excluir alergia alimentar, e não pode ser negligenciada. Os ingredientes são escolhidos pelo veterinário com base naquilo que o animal nunca tenha ingerido anteriormente. A adesão a este protocolo é fundamental para concluirmos que alergia o animal tem de fato.

Uma vez feito isto e não havendo melhora clínica, concluímos por fim tratar-se de uma dermatite atópica, também chamada a alergia a inalantes ambientais, que é incurável e exigirá um tratamento permanente do animal.

O que ocorre, na maioria das vezes, é que muitos proprietários saem frustrados da consulta com o especialista em dermatologia, dizendo: “Mais um que não sabe o que meu animal tem…”. Isto, mesmo depois de ouvir uma explicação minuciosa, detalhada de todo o processo, e das etapas que virão a seguir. A sensação que fica é de falta de diagnóstico correto. Este sentimento tem levado muitos proprietários a procurarem receitas milagrosas, vacinas mágicas cujo nome e conteúdo não são revelados pelos colegas, muitas delas manipuladas, que prometem cura completa. Desconhecem que estes produtos, infelizmente contém, na maioria das vezes, corticosteroides, verdadeiros venenos quando utilizados de forma indiscriminada. Outros, por sua vez, são realmente fórmulas místicas e empíricas, sem nenhum fundamento científico.

Tenho atendido muitos pacientes ludibriados por estes procedimentos, e animais que desenvolvem insuficiência renal prematura ou mesmo cardiopatias em idade precoce, efeitos colaterais do uso excessivo de corticoides.

Para nós, dermatólogos, seria muito mais fácil conduzir tais casos de forma rápida e eficiente, diagnosticando genericamente como “dermatite “ e fazendo o uso amplo de corticosteroides injetáveis, porém, aqueles que trabalham de forma consciente sabem que este não é o melhor para o animal.

Fica aqui o alerta para os proprietários de animais supostamente alérgicos: a investigação detalhada se faz necessária para uma condução adequada do paciente. Contudo, uma vez concluído o diagnóstico de dermatite atópica, o uso de medicamentos será por toda a vida.

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Dica: cuidados devemos ter ao adquirir um animal de estimação

abril 12, 2010

- Dê preferência por comprar um filhote diretamente do canil ou do criador, pois é uma oportunidade de se conhecer os pais, os irmãos da mesma ninhada ou de ninhadas anteriores, e observar as condições de higiene e manejo do local (alimentação, tipo de canil, estado nutricional ds animais, etc).

- Observe, se for macho, se os dois testíulos são palpáveis e estão na bolsa escrotal. A ausência de 1 ou dos 2 testículos
é congênita, e pode ocasionar problemas futuros.

- Observe a cor da gengiva dos filhotes (deve ser rosa) e o estado geral da pelagem. A presença de caspa, falhas na pelagem, pulgas, carrapataos, piolhos deve ser verificada. O pêlo deve ser brilhante e firmemente aderido.

- Observe se o filhote se coça em excesso.

- Pergunte sobre a mãe, o pai e antecedentes mais distantes. Doenças como sarna negra (ou demodécica) e atopia canina (alergia a inalantes) são congêntias (transmitidas geneticamente).

- Exija o atestado de displasia coxo-femural negativo dos pais (no caso de raças de porte médio ou grande que são as mais
predispostas).

- É ideal que o primeiro banho seja dado somente após a primeira vacina múltiplas (V8 ou V10 no caso dos cães
e V4 nos gatos), sempre com água morna e corrente, sabonete ou xampus neutros, protegendo as orelhas com algodão hidrófobo ou parafinado. Evite correntes de ar e procure dar o banho no horário mais quente do dia. Seque com toalha ou com secador morno. Os felinos não necesitam de banhos frequentes, a não ser que venham apresentar algum problema de pele.

Ver outras dicas

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Infestação por piolhos (Pediculose)

março 28, 2010

Os piolhos são insetos espécie-específicos que acometem os animais domésticos e também o homem. Isto quer dizer que as espécies que acometem o homem não infestam os animais, e vice-versa. Embora tenham uma grande capacidade de proliferação, eles não sobrevivem mais do que alguns dias no ambiente longe do hospedeiro e são transmitidos por contato direto com animais infestados, bem como com objetos tais como escovas, pentes, cama, travesseiros, etc. A infestação por piolhos denomina-se pediculose.

Há dois tipos de piolhos em cães e gatos: os sugadores (Anoplura), que se alimentam de sangue e podem causar anemia e fraqueza em infestações maciças, e os mastigadores (Malophaga), que se alimentam de restos celulares da pele e do pelame. Podem ainda transmitir uma veminose intestinal pelo parasita Dipillidium caninum.


Cão infestado por piolhos com dermatite alérgica
à picada desses parasitas

Ambos os tipos podem causar uma dermatite alérgica caracterizada por prurido intenso (coceira), com conseqüente perda da pelagem e escoriações cutâneas. O animal apresenta um odor característico “de rato” e, freqüentemente, encontra-se irritadiço e nervoso pelo incômodo que sente. Há, contudo, casos assintomáticos em que os animais apresentam apenas uma seborréia seca levemente pruriginosa. Estes são os portadores sãos.


Piolho mastigador do cão (Trichodectes canis)

Piolho sugador do cão (Linognathus cetosus)


Piolho sugador humano (sub-ordem Anoplura)

Normalmente, os piolhos acometem animais que vivem em locais sujos, na rua ou em abrigos superpopulosos, e preferencialmente nos meses mais frios do ano.

O diagóstico é feito mediante um exame físico detalhado, bem como o exame microscópico do material obtido do pelame.

No tratamento, devem ser incluídos todos os cães da propriedade bem como os contactantes, e deve-se eliminar ou tratar os travesseiros, cobertores, toalhas, pentes e escovas, simultaneamente. Para isto podem ser usados inseticidas tópicos, na forma de xampus ou “spot on” (piretórides: deltametrina, permetrina, carbamatos, fipronil, imidacloprid, dentre outros), bem como sistêmicos (ivermectina).

No homem, há 3 espécies de piolhos: o do couro cabeludo (Pediculus capitis), o piolho do corpo (Pediculus humanus) e o Pthirus pubiso, vulgarmente chamado de “chato”, que causa a pediculose da púbis. Estes insetos podem transmitir doenças como a febre das trincheiras, a febre recorrente, que pode causar a morte quando não tratada, e o tifo exantemático, que se caracteriza pela febre e irritação da pele.

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Piodermite

março 28, 2010

Todos nós que militamos na área de Dermatologia de cães e gatos ficamos por vezes estarrrecidos e enfadados ao ver tantos casos de uma mesma doença: AS PIODERMITES.

Piodermite nada mais é do infecção bacteriana da pele (pio = pus, dermite = inflamação da pele). Podemos também chamá-las de foliculites bacterianas pois, via de regra, estas infecções envolvem os folículos pilosos, que são os locais da pele de onde nascem os pêlos.


Lesões clássicas de piodermite: pústulas e vermelhidão da pele (eritema)

Existem inúmeras causas para que elas aconteçam, isto porque a bactéria, principal causadora da doença em cães e gatos, é o Staphylococcus spp, que também faz parte da própria microbiota cutânea, isto é, vive na pele normal dos animais saudáveis sem causar nenhum problema. Então, sempre há um fator desencadeante que faz com que se quebre o equilíbrio entre a população bacteriana e o hospedeiro, levando a uma proliferação bacteriana excessiva e sem controle, o que ocasiona as lesões e os sintomas caracterísiticos. Este é o principal motivo que torna as piodermites tão freqüentes: o fato de serem manifestações de várias outras doenças que citaremos a seguir.

Como são as lesões?
Embora o nome da doença indique que deve haver a presença de pus, isto não ocorre na maioria das vezes. As lesões se manifestam de múltiplas formas: pápulas (pequenas elevações) avermelhadas recobertas por crostas (vulgarmente seriam “casquinhas”), pequenas bolhas com pus (pústulas), perda de pelame de forma circular recobeta por escamas, úlceras (perda de tecido profunda), erosões (perdas superficiais de tecido).


Lesões de piodermite em região cervical de um felino.

Como pode ser dado o diagnóstico?
O clínico pode fazer isto através do aspecto das lesões e da citologia do material (análise microscópica). Por vezes se torna também necessária a cultura microbiológica do material obtido das lesões.

O mais importante, contudo, não é diagnosticar a piodermie mas sim identificar suas causas. Para isto o veterinário deve fazer uma investigação detalhada quanto a possíveis alergias, seborréia, sarna negra, desequilíbrios hormonais, presença de pulgas ou de outros parasitas, carências nutricionais, micoses, doenças auto-imunes, etc. Por fim, há casos em que não se descobre a causa, e estes são chamados de idiopáticos.

O tratamento consiste no uso de antibióticos, xampus anti-sépticos ou anti-seborréicos e, principalmente, na identifiação e correção das causas de base.

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Problemas dermatológicos

março 28, 2010

Se o pêlo do seu amigão não anda bem, caindo ou com falhas, ele pode estar com algum problema de pele. Conheça as causas mais comuns.

Os principais problemas dermatológicos dos cães são as dermatites alérgicas, dermatites parasitárias (sarnas), as micoses superficiais e as piodermatites.

Alergias
Dentre as alergias, a mais frequente em nosso país é a alergia à picada de pulgas. Isto ocorre devido às condições climáticas favoráveis à procriação deste inseto, ocorrendo uma grande incidência desta alergia em meses mais quentes. Atualmente, existem várias maneiras de controlar esse problema, desde “anticoncepcionais para pulgas”, dados ao cão e ao gato por via oral, até inseticidas dotados de prolongada ação residual.

A atopia, alergia desencadeada por inalantes (ácaros, bolores e pólen) é o segundo tipo mais frequente de alergia em cães, e pode ser diagnosticada através de exame de sangue específico. Em terceiro lugar situa-se a alergia alimentar, sendo os alimentos de origem protéica (carne bovina e frango) os principais envolvidos.

Deve-se lembrar que a maioria das rações comerciais são constituídas basicamente por esses ingredientes, não estando, portanto, excluídas como potenciais causadoras de alergia alimentar.

Sarnas
Existem 2 tipos: a escabiose, transmissível a outros animais e ao homem, e a sarna negra ou demodécica, transmitida apenas da mãe para os filhotes nas primeiras horas de vida. Esta última causa lesões geralmente mais graves do que aquelas desencadeadas pela escabiose, e pode ser controlada, mas não curada totalmente.

Portanto, fêmeas que apresentam ou apresentaram quando filhotes a sarna negra, não devem procriar a fim de evitar-se maior disseminação desta doença. Curiosamente, a escabiose felina pode ser transmitida ao cão e vice versa, e ambas (felina e canina) podem ser transmitidas ao homem.

Micoses
As micoses superficiais são mais freqüentes em cães e gatos jovens (menores de 1 ano de idade) e são adquiridas através do contato com a terra, fômites contaminados (pentes,toalhas, tapetes…) e com outros animais. Estas também são potencialmente transmissíveis ao homem.

Piodermites (infecções bacterianas da pele)
Podem aparecer como conseqüência de qualquer uma das doenças acima citadas, sendo portanto, extremamente frequentes. Muitas vezes são confundidas com micoses ou alergias pelo clínico geral não especialista, pois assumem aspectos diversos e variados, assemelhando-se a outras dermatites. Além de diagnosticar e tratar a piodermite, é fundamental que se investigue as suas causas a fim de se evitar que ela reapareça.

Problemas hormonais
Diabetes mellitus, hipotireoidismo (diminuição da atividade das glândulas tireóides) e hiperadrenocorticismo (aumento da atividade das glândulas adrenais), podem levar a piodermites crônicas e recidivantes (que melhoram e depois reaparecem), além de causar queda do pelame e alteração na cor da pele e do pêlo, podendo ainda estar acompanhadas de obesidade.

A melhor forma de prevenir a maioria dos problemas de pele dos cães se dá através da escovação diária do pêlo e de banhos cuja frequência ideal (semanal, quinzenal ou mensal) depende do tipo de pelagem, das condições climáticas e de manejo nas quais o animal é criado. Já os gatos, extremamente asseados, dispensam os banhos frequentes, exceto quando apresentam dermatites, a exemplo da sarna, da micose e das piodermites.

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Bicho de pé: que bicho é esse?

março 28, 2010

O popularmente conhecido como “bicho de pé”, e cientificamente Tungíase, nada mais é do que uma pulga, a menor que existe, chamada Tunga penetrans, que vive em solos arenosos, quentes e secos, principalmmente em chiqueiros de porcos. A fêmea, depois de fecundada, é responsável pela doença, pois se aloja na pele de suínos e do homem, podendo acometer cães também.

Elas afetam principalmente as solas dos pés, os coxins dos cães, e região inter-digital e abaixo das unhas, causando lesões visíveis, do tamanho de um grão de ervilha. Isto porque a fêmea grávida entra na pele deixando apenas a parte posterior livre para respirar e depositar seus ovos no ambiente.


Adulto da pulga Tunga penetrans
Fonte:
www.ufrgs.br

O animal acometido e o homem sentem coceira e dor para andar. As lesões desencadeadas pelo parasita podem servir como porta de entrada para outras infecções, como o tétano, que é bastante grave.


Lesões em coxins de cão acometido por tungíase.
fonte:
www.med.sc.edu

O tratamento consiste na remoção dos parasitas em condições assépticas, desinfecção do local e, no caso do homem, previne-se a reinfestação com uso de calçados. No ambiente, pode-se aplicar inseticidas. A retirada de folhas secas do solo, o corte freqüente da grama e a manutenção do jardim são medidas fundamentais para o controle da pulga, pois ela gosta de locais secos e sombreados.

A Tungíase é considerada endêmica nas comunidades pobres do nordeste do Brasil, afetando populações ribeirinhas, que habitam em favelas ou mesmo em comunidades de pescadores. Os reservatórios da pulga nestes locais são os cães, gatos e ratos.

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Alterações na cor da pele e pelagem dos animais

março 28, 2010

A cor natural da pele, tanto do homem quanto dos animais, depende da quantidade e localização da melanina e de outros pigmentos presentes tanto na pele quanto no pêlo, nas penas das aves, nas escamas dos peixes, etc.

Quando um animal apresenta um escurecimento da pele, chamamos isto de HIPERPIGMENTAÇÃO OU MELANODERMIA, e quando ocorre o inverso, ou seja, diminuição ou perda da cor natural, denominamos HIPOPIGMENTAÇÃO OU LEUCODERMIA. O mesmo vale para mudanças na cor do pêlo: leucotriquia (pêlo que se tornou mais claro) e melanotriquia (pêlo que se tornou mais escuro).

Existem muitas causas que levam a estas alterações, e vamos abordar apenas algumas delas. No caso das hiperpigmentações podemos citar:

  • LENTIGO: manchas negras no abdomen (região das mamas), de origem hereditária.
  • ACANTOSE NIGRICANTE: comum em cães da raça Teckel (antigo Dachshund ou salsichinha); pode ser de origem genética ou decorrente de alergias e micoses. Aparece como manchas negras acompanhadas de uma maior espessura e aspereza da pele na região axilar e inguinal (virilha).
  • MANCHAS PÓS-INFLAMATÓRIAS: decorrentes de lesões cutâneas de origem inflamatória (cicatrizes, infecções bacterianas da pele, sarna negra, micoses, etc). Muitas delas regridem quando tratamos a causa de base.
  • ALTERAÇÕES HORMONAIS: problemas decorrentes do mau funcionamento das tireóides, das gônadas (testículos e ovários) e das glândulas adrenais promovem manchas na pele e mudança na cor dos pêlos.


Husky Siberiana com áreas hiperpigmentadas e despigmentadas no pelame devido à endocrinopatia (desequilíbrio de hormônios sexuais) – antes e pós castração (foto: Cibele Nahas)

  • USO DE MEDICAMENTOS: drogas como mitotane e menociclina podem promover escurecimento da pele e do pelame.
  • TUMORES CUTÂNEOS: melanomas, carcinoma baso-celulares, fibromas e outros tumores podem aparecer como manchas em relevo de coloração castanho escura ou nódulos (massas sólidas com mais de 1 cm de diâmetro) enegrecidos.

Já em relação à perda ou diminuição da pigmenação, podemos citar outras causas:

  • ALBINISMO: hereditáio e genético, caracteriza-se pela brancura total dos pêlos e da pele, sendo que a íris dos olhos é azulada. Gatos brancos só são considerados albinos se não possuem nenhuma parte do corpo com pigmento, nem mesmo as almofadinhas das patas (coxins).
  • VITILIGO: mais freqüente nas raças Pastor alemão, Rotweiller, Doberman e Schanuzer gigante, bem como em gatos siameses. É de origem genética e hereditária, acarretando perda da coloração do pêlo e/ou da pele que normalmente se inicia pela cabeça, envolvendo inclusive os coxins e as unhas.
  • DEPIGMENTAÇÃO NASAL ( “DUDLEY NOSE, SNOW NOSE”): de causa desconhecida, aparece como uma perda gradual da cor negra ou castanho-escura do nariz, que adquire uma cor desbotada. Pode haver uma melhora espontânea, ou ciclos de melhora (nos meses mais quentes) e piora (nos meses mais frios do ano). É comum dentre os cães Labradores, Golden Retriever, Husky siberiano, Bernese Mountain dog, Pastores alemães e Poodles. É importante se fazer a diferenciação com dermatite de contato pelo uso de comedouros plásticos, bem como com outras doenças, como as auto-imunes, citadas a seguir.


Despigmentação nasal em Golden Retriever (fotos: Karine Andrade)

  • DOENÇAS AUTO-IMUNES: embora pouco freqüentes, algumas delas podem levar à morte se não diagnsoticadas a tempo. As que causam perda da pigmentação na região do focinho e da cabeça são o Pênfigo eritematoso, o Lupus eritematoso discóide, o Pênfigo foliáceo, e a Síndrome úveo-dematológica, muito comum nos cães Akitas. O tratamento envolve o uso de drogas imunosupressoras, como corticóides, bem como de anti-inflamatórios e protetores solares.


Síndrome úveo-dermatológica em
Akita com despigmentação nasal
(foto: Cibele Nahas)


Cães Samoyeda com despigmentação nasal
devido ao Lupus Eritematoso Discóide
(foto: Cibele Nahas)

  • HIPOPIGMENTAÇÃO PÓS-INFLAMATÓRIA: a inflamação cutânea normalmente promove aumento da pigmentação, mas pode induzir também à perda ou diminuição da cloração da pele em casos de calos de apoio inflamados, esporotricose, leishmaniose e queimaduras. A esporotricose e a Leishmaniose são doenças transmissíveis ao homem, muito graves, e devem ser prontantamente identificadas pelo clínico.
  • USO DE MEDICAMENTOS: cortisona, hormônios anti-concepcionais, cetoconazol e procainamida podem levar a um clareamento do pêlo.


Despigmentação desencadeda por
aplicação de corticóide sub-cutâneo
(foto: Cibele Nahas)

  • DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS: deficiência de zinco, cobre, ácido pantotêncio e lisina na dieta podem promover branqueamento ou avermelhamento do pelame.

Existem muitas outras causas, mas estas são as mais corriqueiras. Cada uma delas pode ser diagnosticada preferencialmente pelo clínico veterinário especialista em dermatologia, mediante um bom exame clínico, bem como pêlos trazidos pelo proprietário. Normalmente, se faz necessária a realização de exames complementares para fechar ou concluir o diagnóstico, a exemplo do exame histopatológico da biópsia cutânea, que deve ser realizado por um patologista com grande vivência em dermatologia.

Para cada caso há uma conduta específica, e o veterinário especialista é o profissional mais indicado para orientar o proprietário.

Não podemos deixar de citar ainda as manchas senis e os pêlos brancos decorrentes do envelhecimento natural, afinal, os anos passam para todos, até mesmo para nossos animaizinhos…

terça-feira, 25 de setembro de 2012

ANATOMIA CÃO

ANATOMIA CANINA – NOÇÕES BÁSICAS

Texto cedido pela
Dra. MARIA IGNEZ CARVALHO FERREIRA, renomada Veterinária, Professora e Criadora da Raça Dobermann

INTRODUÇÃO

Figura 1

Estrutura – A expressão “estrutura” é definida como sendo a “organização das partes ou dos elementos que formam um todo. Do ponto de vista anatômico, deve ser entendida como “parte ou conjunto das partes mais resistentes de um corpo, que determina sua disposição espacial, e lhes dá sustentação”.[1] V. figura 1

É importante salientar que o presente trabalho considera o cão de uma forma geral, sem distinção das raças ou do tamanho.

Iniciaremos nosso estudo pela “estrutura óssea”, o que nos permitirá conhecer o nome e a posição de cada osso. Em seguida tratamos das chamadas “Zonas” e pontos de interesse e utilidade, com o objetivo de detectar a correção dos exemplares.


TIPOS DE OSSOS

Ossos longos: Nesse tipo de osso observamos flagrante predominância do comprimento sobre a largura e a espessura. Têm como função primordial a sustentação. Ex: fêmur, úmero, tíbia, fíbula, rádio e ulna, metacarpos e metatarsos.

Ossos curtos: Aqui, ao contrário dos ossos longos, não há preponderância do comprimento sobre a largura, isto é, ambos são aproximadamente iguais e, não obstante não tenham forma definida, são assemelhados a um cubo.

Importante salientar que os ossos curtos estarão sempre unidos entre si através de ligamentos, dando forma às zonas em que um movimento pequeno é necessário. Aparecem sempre em lugares em que é necessária uma determinada flexibilidade. Ex: Ossos da coluna vertebral, carpo e tarso. V. figura 2


Figura 2

Ossos planos: A característica principal desses ossos é que eles são moderadamente grandes, sendo sua espessura menor que o comprimento e a largura. Têm como função principal a proteção de regiões importantes e delicadas. Ex: ossos da cabeça, da pelve e da escápula.

Ossos hióides e do pênis:  Para o objetivo do presente trabalho, não há necessidade de aprofundamento relativamente a esses ossos, bastando saber que eles existem.

É importante ressaltar que o esqueleto é uma armadura que suporta e protege os tecidos moles nos animais e no homem. Quando dizemos duro, não afirmamos que sejam inflexíveis, mesmo porque, se assim fossem, quebrariam ao mínimo golpe. Embora leves, os ossos dos cães são fortes e resistentes, dotados de considerável elasticidade.

Para facilitar nosso estudo, nós o dividiremos em: Cabeça, um eixo central (coluna vertebral), e dois membros anteriores, e dois posteriores, que servem de sustentação ao todo.



Como podemos observar na figura abaixo, a cabeça é formada pelo crânio (occipital, temporal, parietal e frontal), focinho (nasal, malares, maxilares e pre-maxilares) e mandíbula. V. figura 3


Figura 3


Traço característico da raça, isto é, ela define o tipo do cão. Uma boa cabeça, à primeira vista, determina a qualidade de seu possuidor, sendo fundamental, entre outras exigências, para que o exemplar se torne ganhador. Está unida ao pescoço por intermédio da articulação com a primeira vértebra cervical, bem como por uma série de ligamentos e músculos. Para sistematizar nosso estudo vamos dividi-la em seis planos, a saber: anterior, posterior, superior, inferior, planos laterais. É bom tomar esta forma de estudo como referência, começando sempre da frente para trás, de acima para baixo e finalmente as laterais.

Plano anterior: Nesse plano, temos o maxilar por cima e a mandíbula por baixo, denominados “corpo da mandíbula”. Entre ambos encontramos a parte anterior da boca, a trufa, as narinas. Levantando os lábios, observamos os dentes. Abrindo a boca, vemos a língua e o palato.

Plano posterior: é formado pela articulação do occipital com a primeira vértebra cervical chamada Atlas. Conforme a raça canina, a crista occipital será mais ou menos desenvolvida, sendo certo que a protuberância occipital é um ponto importante para algumas delas.

Plano superior: Constituído pelos ossos nasais, frontais e parietais que dão formato ao nariz, parte superior do focinho, stop e crânio.

Plano inferior: esse plano é formado, em sua totalidade, pela mandíbula, estando o seu desenvolvimento ligado ao tipo de cabeça e à mordedura correspondente à raça.

Plano lateral: formados pelos ossos mandibulares, os malares, as arcadas zigomáticas e superciliares, os ramos laterais da mandíbula e os parietais em sua porção lateral. Externamente encontramos os lábios com suas comissuras, orelhas, olhos e mordedura. V. figura 4.


Figura 4



Dolicocéfalos: predominância do comprimento em relação à largura do crânio e do focinho, sendo os olhos colocados lateralmente, o que dificulta a visão (bifocal). Característica dos lebreis.

Braquicéfalos: nestes, o comprimento e a largura são relativamente iguais, sendo as cabeças similares a um cubo. Ex: Bulldog, Grifon e Pequinês.

Mesocéfalos: tipo intermediário entre os anteriores. Ex: Boxer e Boston Terrier.

É de ser ressaltado que os crânios podem ser largos ou estreitos, curtos ou longos e chatos ou côncavos.

O stop é a união entre os ossos nasais e frontais. É bem marcado em algumas raças, ligeiramente visível em outras e imperceptível em algumas. V. figura 5.


Figura 5

Focinho: por cima começa no nariz ou trufa e termina no stop. Por baixo tem início no corpo da mandíbula e finaliza na barbela. Pelos lados se encontram os lábios e em seu limite posterior os masseteres. Levantando-se os lábios, visualizamos os caninos, pré-molares e molares.

Considera-se longo o focinho, quando a distância do stop ao nariz for igual à do stop ao occipital. Será médio quando for ligeiramente mais curto do que o crânio. Curto quando for visivelmente mais curto que o crânio. A largura do focinho está relacionada com a do crânio continuando-se com este harmoniosamente. No que diz respeito à forma, afilada (lebreis), quadrada (pointer), redondo (pequinês). Observado de perfil, o focinho apresenta linha superior reta, ascendente ou descendente, curvada, respingada, aquilino (ligeiramente curva quase imperceptível). A profundidade do focinho é marcada pelo espaço existente entre a trufa e a mandíbula. A profundidade é fundamental, seja qual for o comprimento e a forma do focinho, desde que indica uma mandíbula forte e poderosa.

Nariz ou trufa: é o prolongamento das fossas nasais. Possui dois orifícios facilmente dilatáveis por onde entra o ar, e são chamadas narinas. O nariz ou trufa é coberto por pele de textura especial, sempre úmida, geralmente preta ou da cor correspondente à cada raça. Não pode ser despigmentado, salvo algumas exceções, no inverno. É proporcional ao tamanho do focinho e pode estar colocado em nível elevado ou baixo. O plano inferior da cabeça é ligeiramente côncavo. V. figura 6.

Figura 6

Os lábios devem ser bem pigmentados e pretos na maioria dos casos. Podem ser: esticados (que não caiam) denominados lábios "apertados", e pendentes. V. figura 7.

Figura 7

Dentição ou dentadura: constituída de 42 (quarenta e dois) dentes no total, sendo 20 (vinte) na parte superior e 22 (vinte e dois) na inferior. No local que corresponde ao plano anterior estão os incisivos que são 6 (seis) em cima e 6 (seis) embaixo. Lateralmente, há 1 (um) canino em cima e embaixo, 4 (quatro) pré-molares em cima e 4 (quatro) embaixo e 2 (dois) molares em cima e 3 (três) embaixo. Geralmente são contados pela metade, sendo sua fórmula a seguinte:

2(I 3/3 C1/1 P4/4 M2/3), onde:

I = incisivos (3 de cada lado, tanto na mandíbula como no maxilar);
C = Caninos (1 de cada lado, tanto na mandíbula como no maxilar);
P = Pré-molares (4 de cada lado, tanto na mandíbula como no maxilar);
M = Molares (2 de cala lado do maxilar e 3 de cada lado da mandíbula). V. figura 8.

Figura 8




Formada por: Pescoço (7 vértebras cervicais), Dorso (13 vértebras torácicas), Lombo (7 vértebras lombares), Garupa (3 vértebras sacras) e Cauda (20-23 vértebras coccígeas). V. figura 9.


Figura 9

O pescoço compreende a região entre a nuca e o ponto mais alto no início das vértebras torácicas (região da cruz ou cernelha geralmente correspondente a 3ª vértebra torácica).

A coluna pode ser representada pela seguinte fórmula:

C7 T13 L7 S3 Co 20-23, onde:

C = cervical;
T= torácicas ou vértebras dorsais;
L = lombar;
S = sacra;
Co = Caudais ou Coccígeas.


Pescoço

O pescoço tem início na articulação atlanto-occipital, estendendo-se até a sétima vértebra cervical. Tem do limite posterior à cruz, para baixo e adiante, o antepeito, e, de ambos os lados, as espáduas. Sua base óssea corresponde às vértebras cervicais, cujo tamanho e forma diferem entre si, principalmente nas duas primeiras (atlas-axis). Isto facilita os movimentos laterais, para cima e para baixo. No movimento cumpre a função de pêndulo como explicaremos posteriormente.

O comprimento, a largura e a forma do pescoço diferem nas diversas raças. No entanto, sua posição ideal é de aproximadamente 135°, com relação ao restante da coluna vertebral, regra essa que comporta exceções. As raças de velocidade necessitam de um pescoço longo, que permita alterar muito rapidamente sua direção, assim como frear. Por isso, nas raças de velocidade tudo é alongado. V. figura 10.

Figura 10

Já as raças que têm a força como principal característica, necessitam de maior estabilidade, motivo pelo qual têm pescoços mais curtos.

A forma aproximadamente cônica é a ideal, e o seu encaixe ao corpo deve ser harmonioso.

Entretanto, existem pescoços denominados “de carneiro” (côncavos) e outros chamados “de ganso” (muito longos e pobres de substância).

A posição, o comprimento e a utilidade do pescoço dependem do comprimento das vértebras cervicais, porém mais ainda pela inclinação da escápula. Para estar bem inclinado, o pescoço deverá estar bem articulado ao corpo, mesmo porque não devemos esquecer que muitos músculos têm inserção no pescoço (cervical) e na escápula. V. figura 11.


Figura 11

Dorso:

A base óssea do dorso corresponde às vértebras dorsais (13) a partir da cruz. Distinguem-se das demais por ter, em sua parte superior, apófises espinhosas bem desenvolvidas que vão se encurtando até o lombo (vértebras lombares), assim como, de ambos os lados, pequenas apófises articulares para as costelas.

Situada em variadas posições nos diferentes exemplares, a cruz é uma referência óssea. Ela pode ser tocada colocando-se um dedo que se apóie no bordo superior da escápula, no meio da qual se encontra a apófise espinhosa da 3ª até a 5ª vértebras dorsais. A cruz serve como referência para a medição da altura do cão, ou seja, o tamanho do cão é medido da cruz ao solo. Depende da posição da cruz, para frentre ou para trás, o comprimento do pescoço e a correção ou não da movimentação. A altura da cruz é determinada em relação a grupa, enquanto a largura é determinada pelo espaço existente entre ambas as escápulas.

O comprimento do pescoço e a correção ou não da movimentação, depende da posição da cruz, para frentre ou para trás.

O dorso pode ser longo, médio, curto, no nível, selado, carpeado e seu comprimento está relacionado ao comprimento do peito. Sempre deve ser forte. V. figura 13.

Figura 12
Lombo:

A base óssea do lombo corresponde às 7 (sete) vértebras lombares. Para frente se continua com o dorso e para trás com garupa. O lombo pode ser arqueado ou no nível, e deve sempre ser forte. Exemplificando: quando prestamos atenção num Whippet, observamos que nem toda sua linha superior é arqueada, mas somente seu lombo. V. figura 13.

Figura 13

Garupa:

Sua base óssea corresponde às três vértebras sacras soldadas, ílio e ísquio. Deve-se dizer a parte superior e posterior da pelve e de certo modo a inserção da cauda.

A garupa pode estar no nível (forma mais comum) ou caída, cuja inclinação dependerá da raça. Pode ser longa, média ou curta, o que influenciará de forma decisiva o tipo de movimentação do animal. Ambos os ílios devem encontrar-se entre si à mesma distância que ambos os ísquios, o que dará ao cão uma garupa bem colocada, permitindo que os membros posteriores, que articulam nos planos laterais da pelve, sejam paralelos. Denomina-se garupa de “ganso” ou de “pato”, quando a distância dos ílios entre si é maior que a dos ísquios entre si. V. figuras 14 e 15.
Figura 14


Figura 15

Cauda:

Formada por um número variável de vértebras caudais ou coccígeas (20-23).

Tipos de caudas:

De acordo com sua implantação, podem ser Altas, médias, baixas, longas, curtas, medianas.

Enroscadas sobre o lombo, enroscadas a garupa, enroscadas em si mesma.

Amputadas na sua totalidade (Old English Sheepdog) ou deixando um número diverso de vértebras. Amputadas ao terço ou ao meio de seu comprimento.

Podem ser também eretas, caídas, com uma curva ligeira, com pelo curto na parte superior e peluda na inferior, com pelo curto em toda sua superfície.

A forma da cauda está descrita no padrão da raça, assim como o tamanho, a implantação etc. V. figura 16.


Figura 16



Os cães têm treze pares de costelas que se articulam por cima com as vértebras dorsais, e, nove delas, se articulam por baixo com o esterno. O restante está aderido entre si por meio de tecido elástico, dando forma ao arco costal. As últimas são flutuantes. As costelas, denominadas esternais, em número de 9 (nove), se articulam com o esterno por meio de suas cartilagens. As restantes costelas flutuantes (4). A largura do peito dependerá do maior ou menor arqueamento das costelas.

Costelas bem arqueadas: colocadas, em geral, num ângulo de 45° com relação ao dorso chegando ao esterno de forma suave.

Costelas em forma de barril: como seu nome indica ao corte transversal do tórax apresenta forma de barril.

Costelas chatas: desce em forma abrupta, dando às costelas de ambos os lados, o aspecto de estar paralela entre si.

Costelas em quilha: têm a curvatura normal nas primeiras 2/3 partes e logo descem abruptamente para o esterno. V. figuras 17, 18 e 19.


Figura 17

Figura 18

Figura 19

Esterno

Constituído por oito esternébras (estruturas ósseas pequenas), unidas entre si por meio das cartilagens e dos ligamentos, e é com elas que articulam as 9 (nove) primeiras costelas.
O esterno é longo e comprimido lateralmente. Sua extremidade anterior é chamada de manúbrio do esterno e de sua extremidade posterior apresenta as cartilagens xifóides.


Formados por: Escápula, Úmero, Rádio, Ulna, Carpo, Metacarpo e Falanges.

Escápula:

Assemelhada a um triângulo, a escápula é um osso plano. É formada por duas faces, uma delas que está em contato com as costelas e serve como inserção ao músculo subescapular, denominada interna, e uma face externa que é útil como ponto de referência para nosso estudo.

Colocada aproximadamente a 45° da linha superior onde se distingue um bordo anterior, um bordo superior, um bordo posterior (que não tem importância) e um ângulo inferior.

É importante salientar que na face externa desde a borda superior até o ângulo inferior, existe uma proeminência longitudinal chamada espinha da escápula, dividindo a mesma em duas partes, e tem respectivamente inseridos os músculos supra e infra-espinhosos. O ângulo inferior tem uma superfície articular côncava que apresenta na parte anterior uma apófise parecida com um bico do papagaio (acrômio) que, junto com a espinha e o bordo superior, nos ajudará a compreender o movimento.

É denominada Espádua a região cuja base óssea é formada pela escápula. V. figura 20.

Figura 20


Úmero:

O Úmero é um osso longo dotado de uma superfície articular arredondada em sua extremidade superior, a qual denominamos cabeça. Articula-se com a escápula formando a articulação escápulo-umeral chamada de ombro. A extremidade inferior se articula com o radio e a ulna formando a articulação úmero-rádio-ulnar também chamada cotovelo.

A região cuja base óssea é formada pelo úmero é denominada braço. V. figura 21.

Figura 21

Rádio e ulna:

São dois ossos longos, sendo certo que o rádio situa-se na frente e a ulna atrás. Ambos se encontram parcialmente fundidos. O rádio articula-se com o úmero por cima e na parte posterior com a ulna. A extremidade superior da ulna constitui a maior parte desse osso que se projeta para cima e para trás denominando-se esta zona olecrano.
O radio e ulna articula-se em sua extremidade inferior com os ossos do carpo.

A região cuja base óssea é formada pelo radio e ulna denomina-se antebraço.

Carpo:

O Carpo é constituído por sete ossos, sendo três na fileira proximal e quatro na distal. Os ossos do carpo se articulam por cima com o radio e ulna e por baixo com os metacarpianos.

Metacarpo:

São cinco os ossos metacarpianos. O mais curto é o primeiro, enquanto o terceiro e o quarto são os mais longos. Estão muito próximos entre si por cima, mas divergem um pouco distalmente. Articulam-se por cima com a fileira superior dos ossos do carpo e por baixo com as falanges. V. figuras 22 e 23.


Figura 22

Figura 23

Falanges:

Cada dedo é dotado de três falanges, exceto o primeiro que tem apenas duas. Este é muito curto, denominado erroneamente pelos criadores de “quinto dedo”, e é extraído logo no nascimento do cão, em diversas raças por razões estéticas. O terceiro e o quarto dedos são mais longos. A primeira falange de cada dedo se articula com a segunda e esta com a terceira.

A terceira falange é coberta pela unha.

A planta do pé de cada dedo tem uma “almofada” carnosa e áspera denominada “almofada digital” e, atrás delas, uma “almofada” maior com formato aproximadamente arredondado chamada “almofada” plantar. Na região do carpo existe uma outra “almofada” denominada “almofada” do carpo.


Os pés

Classificam-se os pés:

Pé de gato: tem a forma arredondada, mas bem pequeno. Como todos, deve ser bem implantados e com arco dos dedos correto. Ex: Terrier, Dobermann.

Pé de lebre: com a forma alongada, dá a impressão que ambos os dedos do meio se sobressaem aos demais. Também devem ser apertados e com bom arco nos dedos. Ex: Galgos em geral.

Pé intermediário: como o prórpio nome indica é um meio termo entre o pé de gato e o pé de lebre. Ex: siberianos.

Pé plano: é um defeito que pode aparecer nos três tipos anteriores ocasionado pela falta de arqueamento dos dedos, com o apoio destes no solo e não somente em suas almofadas. Em conseqüência, além de chato os dedos se separam.

V. figuras 24 e 25.
Figura 24


Figura 25



Pelve, Fêmur, Tíbia, Perônio, Tarso, Metatarso e Falanges.

Pelve:

Também chamada de osso da bacia, a Pelve é o maior dos ossos lisos. É Formada por três ossos soldados entre si: ílio, ísquio e púbis.

O ílio é o maior dos três e tem formato triangular, sendo que seu ângulo externo (tuberosidade pélvica) forma a ponta da bacia.

O ísquio forma a parte posterior do assoalho da pélvis e seu bordo medial se encontra com o osso do lado oposto na sínfise isquiática.

O púbis é a menor das três e forma a parte anterior do assoalho da pélvis. A borda medial se une com o osso do lado oposto ao nível da sínfise do púbis. Os três ossos se encontram para formar o acetábulo que é uma cavidade que se articula com a cabeça do fêmur. V. figura 26.


Figura 26

Fêmur:

Sem dúvida, o fêmur é o mais volumoso e sólido dos ossos longos. Articula-se por cima com acetábulo (pelve) e por baixo com a tíbia e rótula. A articulação fêmur-tíbio-rotuliana ou patela, é formada pelo encontro do fêmur, da rótula e da tíbia.

O fêmur é a base óssea da coxa. V. figura 27.


Figura%2027

Tíbia e Fíbula:

Articulada por cima com o fêmur e por baixo com o tarso, temos a Tíbia.

A fíbula é um osso longo e reduzido situado ao longo da borda lateral da tíbia.
A perna é formada pela região cuja base óssea é formada pela tíbia e fíbula.

Tarso:

São sete ossos que se articulam por cima com a tíbia e por baixo com os metatarsianos. V. figura 28.


Figura%2028

Metatarso:
São cinco metatarsianos, o primeiro em geral é muito pequeno. V. figura 29.


Figura%2029

Falanges:

O primeiro dedo, geralmente,  falta. No entanto, quando existe consiste em uma ou duas falanges. Há também os supranumerários ou aberrantes que em algumas raças são obrigatórios (Pastor de Brie) e na maioria descartáveis. As falanges dos outros dedos se parecem com as do membro anterior. V. figura 30.

Figura%2030



O corpo do cão é formado por: Linha superior, Linha inferior, Plano anterior, Plano posterior, Planos laterais.

Linha superior:

É constituída pela cruz, pelo dorso, pelo lombo e pela garupa.

A linha superior pode ser:

No nível: Ex: Afghan
Selada: somente o dorso. Ex: Caniche e Dogos.
Carpeada: somente o dorso. Ex: Whippet e Greyhound.
Ligeiramente descendente: da Cruz a garupa. Ex: Dobermann.
Cedida: quando da cruz a garupa a coluna for se parece a um fio de estender roupa.


Linha inferior:

É formada pelo peito e pelo ventre. Sua base óssea é o esterno (piso da cavidade do tórax), continuando-se com o ventre e o púbis.

Plano anterior:

É formado pela parte inferior do pescoço, pelos ombros (esquerdos - direito) e pelo manúbrio do esterno. A esta região se denomina antipeito.


Plano posterior:

É constituído pelo ânus, pela vulva na fêmea e pela parte posterior dos membros, sendo perceptível o ísquio, a ponta dos jarretes e os jarretes.


Planos laterais:

Membro anterior, costelas, vazio e membro posterior. Através do plano lateral, medimos o comprimento e a profundidade do tórax. V. figura 31.


Figura%2031

Comprimento: é medido desde a extremidade do antipeito (ombro) até a última costela.

Profundidade: é determinada pela distância percorrida da cruz ao esterno. É importante salientar que se o esterno estiver abaixo do cotovelo o tórax é profundo. Se o esterno estiver à altura do cotovelo apresenta profundidade média. Caso esteja acima dele é denominado de pouco profundo. A profuindidade é determinada da forma descrita quando o cotovelo estiver corretamente colocado (angulações escápulo-umeral e úmero-rádio-ulnar corretas), pois, do contrário, a profundidade do tórax será modificada pelas angulações incorretas.



No desenho encontramos diversos tipos de músculos, isto é, aqueles que nos interessam para o nosso propósito. Veja a importância de todos os que se inserem no pescoço e vão do esterno, escápula e braço, e como de seu comprimento depende o comprimento e a largura do pescoço. Também dependerá (além de posicionar dos ossos) deles a movimentação que se pode produzir. V. figura 32.

Figura%2032

O movimento correto dependerá do desenvolvimento dos extensores e dos flexores em ambos os membros.

A linha superior mais correta, corresponderá à fascia dorsolombar bem desenvolvida e tensa.

Não entraremos no estudo aprofundado dos músculos, pois isso acarretaria a necessidade de conhecimentos avançados, o que não é nosso objetivo no presente trabalho.

No entanto, a excelente musculatura pode ser reconhecida pela simples visão, nas raças de pelo curto, assim como pelo tato nas raças de pelo longo.

Cumpre ressaltar, finalmente, que um cão da competição deve ser um atleta, desde que deverá suportar todas as exigências da mesma. V. figuras 33 e 34.


Figura%2033

Figura%2034

3 comentários:

  1. Gostei muito de seu blog e agradeço, pois estou estudando atualmente para ser assistente de veterinária.
    abraços

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  2. Muito bom para revisar o necessário na clínica. Sou graduada em veyerinária desde 2007 e atuo na área de acupuntura. Ótima revisão. Obrigada!

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  3. Muito bom para revisar o necessário na clínica. Sou graduada em veyerinária desde 2007 e atuo na área de acupuntura. Ótima revisão. Obrigada!

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