ANATOMIA
CANINA – NOÇÕES BÁSICAS
Texto cedido pela
Dra. MARIA IGNEZ CARVALHO FERREIRA,
renomada Veterinária, Professora e Criadora da Raça Dobermann
INTRODUÇÃO
Estrutura – A expressão “estrutura” é
definida como sendo a “organização das partes ou dos elementos que formam um todo. Do ponto de vista anatômico, deve ser entendida
como “parte ou conjunto das partes mais resistentes de um corpo, que
determina sua disposição espacial, e lhes dá sustentação”. V.
figura 1
É importante salientar que o
presente trabalho considera o cão de uma forma geral, sem distinção das raças
ou do tamanho.
Iniciaremos nosso estudo pela
“estrutura óssea”, o que nos permitirá conhecer o nome e a posição de cada
osso. Em seguida tratamos das chamadas “Zonas” e pontos de interesse e
utilidade, com o objetivo de detectar a correção dos exemplares.
TIPOS DE OSSOS
Ossos longos: Nesse tipo de osso observamos
flagrante predominância do comprimento sobre a largura e a espessura. Têm
como função primordial a sustentação. Ex: fêmur, úmero, tíbia, fíbula, rádio
e ulna, metacarpos e metatarsos.
Ossos curtos: Aqui, ao
contrário dos ossos longos, não há preponderância do comprimento sobre a
largura, isto é, ambos são aproximadamente iguais e, não obstante não tenham
forma definida, são assemelhados a um cubo.
Importante
salientar que os ossos curtos estarão sempre unidos entre si através de
ligamentos, dando forma às zonas em que um
movimento pequeno é necessário. Aparecem sempre em lugares em que é
necessária uma determinada flexibilidade. Ex: Ossos da coluna vertebral,
carpo e tarso. V. figura 2
Ossos planos: A característica principal desses ossos
é que eles são moderadamente grandes, sendo sua espessura menor que o
comprimento e a largura. Têm como função principal a proteção de regiões
importantes e delicadas. Ex: ossos da cabeça, da pelve e da escápula.
Ossos hióides e do
pênis: Para o objetivo do presente trabalho, não há
necessidade de aprofundamento relativamente a esses ossos, bastando saber que
eles existem.
É importante ressaltar que o
esqueleto é uma armadura que suporta e protege os tecidos moles nos animais e
no homem. Quando dizemos duro, não afirmamos que sejam inflexíveis, mesmo
porque, se assim fossem, quebrariam ao mínimo golpe. Embora leves, os ossos
dos cães são fortes e resistentes, dotados de considerável elasticidade.
Para facilitar nosso estudo, nós o
dividiremos em: Cabeça, um eixo central (coluna vertebral), e dois membros
anteriores, e dois posteriores, que servem de sustentação ao todo.
Como podemos observar na figura abaixo,
a cabeça é formada pelo crânio (occipital, temporal, parietal e frontal),
focinho (nasal, malares, maxilares e pre-maxilares)
e mandíbula. V. figura 3
Traço característico da raça, isto
é, ela define o tipo do cão. Uma boa cabeça, à primeira vista, determina a
qualidade de seu possuidor, sendo fundamental, entre outras exigências, para
que o exemplar se torne ganhador. Está unida ao pescoço por intermédio da
articulação com a primeira vértebra cervical, bem como por uma série de
ligamentos e músculos. Para sistematizar nosso estudo vamos dividi-la em seis
planos, a saber: anterior, posterior, superior, inferior, planos laterais. É
bom tomar esta forma de estudo como referência, começando sempre da frente
para trás, de acima para baixo e finalmente as laterais.
Plano anterior: Nesse
plano, temos o maxilar por
cima e a mandíbula por baixo, denominados “corpo da
mandíbula”. Entre ambos encontramos a parte anterior da boca, a trufa, as
narinas. Levantando os lábios, observamos os dentes. Abrindo a boca, vemos a
língua e o palato.
Plano posterior: é formado pela articulação do occipital com a
primeira vértebra cervical chamada Atlas. Conforme a raça canina, a crista
occipital será mais ou menos desenvolvida, sendo certo que a protuberância
occipital é um ponto importante para algumas delas.
Plano superior: Constituído pelos ossos nasais,
frontais e parietais que dão formato ao nariz, parte superior do focinho, stop e crânio.
Plano inferior: esse plano é formado, em sua
totalidade, pela mandíbula, estando o seu desenvolvimento ligado ao tipo de
cabeça e à mordedura correspondente à raça.
Plano lateral: formados pelos ossos mandibulares,
os malares, as arcadas zigomáticas e superciliares,
os ramos laterais da mandíbula e os parietais em sua porção lateral.
Externamente encontramos os lábios com suas comissuras, orelhas, olhos e
mordedura. V. figura 4.
Dolicocéfalos: predominância do comprimento em
relação à largura do crânio e do focinho, sendo os olhos colocados
lateralmente, o que dificulta a visão (bifocal). Característica dos lebreis.
Braquicéfalos: nestes, o comprimento e a largura são relativamente
iguais, sendo as cabeças similares a um cubo. Ex: Bulldog,
Grifon e Pequinês.
Mesocéfalos: tipo intermediário entre os
anteriores. Ex: Boxer e Boston Terrier.
É de ser ressaltado que os crânios podem ser largos ou estreitos,
curtos ou longos e chatos ou côncavos.
O stop é a união entre os ossos nasais e frontais.
É bem marcado em algumas raças, ligeiramente visível em outras e
imperceptível em algumas. V. figura 5.
Focinho: por cima começa no nariz ou trufa e
termina no stop. Por baixo tem início no corpo da
mandíbula e finaliza na barbela. Pelos lados se encontram os lábios e em seu
limite posterior os masseteres. Levantando-se os lábios, visualizamos os
caninos, pré-molares e molares.
Considera-se longo o focinho, quando a distância do stop
ao nariz for igual à do stop ao occipital. Será médio quando for ligeiramente mais
curto do que o crânio. Curto
quando for visivelmente mais curto que o crânio. A largura do focinho está relacionada com a do crânio
continuando-se com este harmoniosamente. No que diz respeito à forma, afilada (lebreis),
quadrada (pointer), redondo (pequinês). Observado de perfil, o focinho
apresenta linha superior reta, ascendente ou descendente, curvada,
respingada, aquilino (ligeiramente curva quase imperceptível). A profundidade
do focinho é marcada pelo espaço existente entre a trufa e a mandíbula. A
profundidade é fundamental, seja qual for o comprimento e a forma do focinho,
desde que indica uma mandíbula forte e poderosa.
Nariz ou trufa: é o prolongamento das fossas nasais.
Possui dois orifícios facilmente dilatáveis por onde entra o ar, e são
chamadas narinas. O nariz ou trufa é coberto por pele de textura especial,
sempre úmida, geralmente preta ou da cor correspondente à
cada raça. Não pode ser despigmentado, salvo
algumas exceções, no inverno. É proporcional ao tamanho do focinho e pode
estar colocado em nível elevado ou baixo. O plano inferior da cabeça é
ligeiramente côncavo. V. figura 6.
Os lábios devem ser bem pigmentados e pretos
na maioria dos casos. Podem ser: esticados (que não caiam) denominados lábios "apertados", e
pendentes. V. figura 7.
Dentição ou dentadura: constituída de 42 (quarenta e dois)
dentes no total, sendo 20 (vinte) na parte superior e 22 (vinte e dois) na
inferior. No local que corresponde ao plano anterior estão os incisivos que
são 6 (seis) em cima e 6 (seis) embaixo. Lateralmente,
há 1 (um) canino em cima e embaixo, 4 (quatro)
pré-molares em cima e 4 (quatro) embaixo e 2 (dois) molares em cima e 3
(três) embaixo. Geralmente são contados pela metade, sendo sua fórmula a
seguinte:
2(I 3/3 C1/1 P4/4 M2/3), onde:
I = incisivos
(3 de cada lado, tanto na mandíbula como no
maxilar);
C = Caninos (1 de cada lado, tanto na mandíbula como no maxilar);
P = Pré-molares (4 de cada lado, tanto na mandíbula como no maxilar);
M = Molares (2 de cala lado do maxilar e 3 de cada lado da mandíbula).
V. figura 8.
Formada por: Pescoço (7 vértebras cervicais), Dorso (13 vértebras torácicas),
Lombo (7 vértebras lombares), Garupa (3 vértebras sacras) e Cauda (20-23
vértebras coccígeas). V. figura 9.
O pescoço compreende a região entre
a nuca e o ponto mais alto no início das vértebras torácicas (região da cruz
ou cernelha geralmente correspondente a 3ª vértebra
torácica).
A coluna pode ser representada pela
seguinte fórmula:
C7
T13 L7 S3 Co 20-23, onde:
C = cervical;
T= torácicas ou vértebras dorsais;
L = lombar;
S = sacra;
Co = Caudais ou Coccígeas.
Pescoço
O pescoço tem início na articulação atlanto-occipital, estendendo-se até a sétima vértebra
cervical. Tem do limite posterior à cruz, para baixo e adiante, o antepeito, e, de ambos os lados, as espáduas. Sua base
óssea corresponde às vértebras cervicais, cujo tamanho e forma diferem entre
si, principalmente nas duas primeiras (atlas-axis).
Isto facilita os movimentos laterais, para cima e para baixo. No movimento
cumpre a função de pêndulo como explicaremos posteriormente.
O comprimento, a largura e a forma
do pescoço diferem nas diversas raças. No entanto, sua posição ideal é de
aproximadamente 135°, com relação ao restante da coluna vertebral, regra essa
que comporta exceções. As raças de velocidade necessitam de um pescoço longo,
que permita alterar muito rapidamente sua direção, assim como frear. Por
isso, nas raças de velocidade tudo é alongado. V.
figura 10.
Já as raças que têm a força como
principal característica, necessitam de maior estabilidade, motivo pelo qual
têm pescoços mais curtos.
A forma aproximadamente cônica é a
ideal, e o seu encaixe ao corpo deve ser harmonioso.
Entretanto, existem pescoços
denominados “de carneiro” (côncavos) e outros chamados “de ganso” (muito
longos e pobres de substância).
A posição, o comprimento e a utilidade
do pescoço dependem do comprimento das vértebras cervicais, porém mais ainda
pela inclinação da escápula. Para estar bem inclinado, o pescoço deverá estar
bem articulado ao corpo, mesmo porque não devemos esquecer que muitos
músculos têm inserção no pescoço (cervical) e na escápula. V. figura 11.
Dorso:
A base óssea do dorso corresponde às
vértebras dorsais (13) a partir da cruz. Distinguem-se das demais por ter, em
sua parte superior, apófises espinhosas bem desenvolvidas que vão se
encurtando até o lombo (vértebras lombares), assim como, de ambos os lados,
pequenas apófises articulares para as costelas.
Situada em
variadas posições nos diferentes exemplares, a cruz é uma referência óssea. Ela pode
ser tocada colocando-se um dedo que se apóie no bordo superior da escápula,
no meio da qual se encontra a apófise espinhosa da 3ª até a 5ª vértebras
dorsais. A cruz serve como referência para a medição da altura do cão, ou seja,
o tamanho do cão é medido da cruz ao solo. Depende da posição da cruz, para frentre ou para trás, o comprimento do pescoço e a
correção ou não da movimentação. A altura da cruz é determinada em relação a
grupa, enquanto a largura é determinada pelo espaço existente entre ambas as
escápulas.
O comprimento do pescoço e a
correção ou não da movimentação, depende da posição da cruz, para frentre ou para trás.
O dorso pode ser longo, médio,
curto, no nível, selado, carpeado
e seu comprimento está relacionado ao comprimento do peito. Sempre
deve ser forte. V. figura 13.
Lombo:
A base óssea do lombo corresponde às
7 (sete) vértebras lombares. Para frente se continua
com o dorso e para trás com garupa. O lombo pode ser arqueado ou no nível, e
deve sempre ser forte. Exemplificando: quando prestamos atenção num Whippet, observamos que nem toda sua linha superior é
arqueada, mas somente seu lombo. V. figura 13.
Garupa:
Sua base óssea corresponde às três
vértebras sacras soldadas, ílio e ísquio. Deve-se dizer a parte superior e
posterior da pelve e de certo modo a inserção da cauda.
A garupa pode estar no nível (forma
mais comum) ou caída, cuja inclinação dependerá da raça. Pode ser longa, média ou curta, o que influenciará de forma decisiva o
tipo de movimentação do animal. Ambos os ílios devem encontrar-se
entre si à mesma distância que ambos os ísquios, o que dará ao cão uma garupa
bem colocada, permitindo que os membros posteriores, que articulam nos planos
laterais da pelve, sejam paralelos. Denomina-se garupa de “ganso” ou de
“pato”, quando a distância dos ílios entre si é maior que a dos ísquios entre
si. V. figuras 14 e 15.
Cauda:
Formada por um número variável de vértebras
caudais ou coccígeas
(20-23).
Tipos de caudas:
De acordo com sua implantação, podem
ser Altas, médias, baixas, longas, curtas, medianas.
Enroscadas sobre o lombo, enroscadas
a garupa, enroscadas em si mesma.
Amputadas na sua totalidade (Old English Sheepdog)
ou deixando um número diverso de vértebras. Amputadas ao terço ou ao meio de
seu comprimento.
Podem ser também eretas, caídas, com
uma curva ligeira, com pelo curto na parte superior e peluda na inferior, com
pelo curto em toda sua superfície.
A forma da cauda está descrita no
padrão da raça, assim como o tamanho, a implantação etc. V. figura 16.
Os cães têm treze pares de costelas
que se articulam por cima com as vértebras dorsais, e, nove delas, se
articulam por baixo com o esterno. O restante está aderido entre si por meio de
tecido elástico, dando forma ao arco costal. As últimas são flutuantes. As
costelas, denominadas esternais, em número de 9 (nove), se articulam com o esterno por meio de suas
cartilagens. As restantes costelas flutuantes (4). A largura do peito
dependerá do maior ou menor arqueamento das costelas.
Costelas bem arqueadas: colocadas, em geral, num ângulo de
45° com relação ao dorso chegando ao esterno de forma suave.
Costelas em forma de barril: como seu nome indica ao corte
transversal do tórax apresenta forma de barril.
Costelas chatas: desce em forma abrupta, dando às
costelas de ambos os lados, o aspecto de estar paralela entre si.
Costelas em quilha: têm a curvatura normal nas
primeiras 2/3 partes e logo descem abruptamente para o esterno. V. figuras 17, 18 e 19.
Esterno
Constituído por oito esternébras (estruturas
ósseas pequenas), unidas entre si por meio das cartilagens e dos ligamentos,
e é com elas que articulam as 9 (nove) primeiras
costelas.
O esterno é longo e comprimido
lateralmente. Sua extremidade anterior é chamada de manúbrio do esterno e de sua
extremidade posterior apresenta as cartilagens xifóides.
Formados por: Escápula, Úmero, Rádio, Ulna, Carpo,
Metacarpo e Falanges.
Escápula:
Assemelhada a um triângulo, a
escápula é um osso plano. É formada por duas faces, uma delas que está em
contato com as costelas e serve como inserção ao músculo subescapular,
denominada interna, e uma face externa que é útil como ponto de referência
para nosso estudo.
Colocada aproximadamente a 45° da
linha superior onde se distingue um bordo anterior, um bordo superior, um
bordo posterior (que não tem importância) e um ângulo inferior.
É importante salientar que na face
externa desde a borda superior até o ângulo inferior, existe uma proeminência
longitudinal chamada espinha da
escápula, dividindo a mesma em duas partes, e tem respectivamente
inseridos os músculos supra e infra-espinhosos. O ângulo inferior tem uma
superfície articular côncava que apresenta na parte
anterior uma apófise parecida com um bico do papagaio (acrômio) que, junto
com a espinha e o bordo superior, nos ajudará a compreender o movimento.
É denominada Espádua a região cuja
base óssea é formada pela escápula. V. figura 20.
Úmero:
O Úmero é um osso longo dotado de
uma superfície articular arredondada em sua extremidade superior, a qual denominamos cabeça. Articula-se com a escápula
formando a articulação escápulo-umeral chamada de ombro. A extremidade inferior se
articula com o radio e a ulna formando a articulação úmero-rádio-ulnar
também chamada cotovelo.
A região cuja base óssea é formada
pelo úmero é denominada braço.
V. figura 21.
Rádio e ulna:
São dois ossos longos, sendo certo
que o rádio situa-se na frente e a ulna atrás. Ambos se encontram
parcialmente fundidos. O rádio articula-se com o úmero por cima e na parte posterior
com a ulna. A extremidade superior da ulna constitui a maior parte desse osso
que se projeta para cima e para trás denominando-se esta zona olecrano.
O radio e ulna articula-se em sua
extremidade inferior com os ossos do carpo.
A região cuja base óssea é formada
pelo radio e ulna denomina-se antebraço.
Carpo:
O Carpo é constituído por sete
ossos, sendo três na fileira proximal e quatro na distal. Os ossos do carpo
se articulam por cima com o radio e ulna e por baixo com os metacarpianos.
Metacarpo:
São cinco os ossos metacarpianos. O
mais curto é o primeiro, enquanto o terceiro e o quarto são os mais longos.
Estão muito próximos entre si por cima, mas divergem um pouco distalmente. Articulam-se por cima com a fileira superior
dos ossos do carpo e por baixo com as falanges. V.
figuras 22 e 23.
Falanges:
Cada dedo é dotado de três falanges,
exceto o primeiro que tem apenas duas. Este é muito curto, denominado
erroneamente pelos criadores de “quinto dedo”, e é extraído logo no
nascimento do cão, em diversas raças por razões estéticas. O terceiro e o
quarto dedos são mais longos. A primeira falange de cada dedo se articula com
a segunda e esta com a terceira.
A terceira falange é coberta pela
unha.
A planta do pé de cada dedo tem uma
“almofada” carnosa e áspera denominada “almofada digital” e, atrás delas, uma
“almofada” maior com formato aproximadamente arredondado chamada “almofada”
plantar. Na região do carpo existe uma outra
“almofada” denominada “almofada” do carpo.
Os pés
Classificam-se os pés:
Pé de gato: tem a forma arredondada, mas bem
pequeno. Como todos, deve ser bem implantados e com
arco dos dedos correto. Ex: Terrier, Dobermann.
Pé de lebre: com a forma alongada, dá a
impressão que ambos os dedos do meio se sobressaem aos demais. Também devem
ser apertados e com bom arco nos dedos. Ex: Galgos em geral.
Pé intermediário: como o prórpio
nome indica é um meio termo entre o pé de gato e o pé de lebre. Ex:
siberianos.
Pé plano: é um defeito que pode aparecer nos
três tipos anteriores ocasionado pela falta de arqueamento dos dedos, com o
apoio destes no solo e não somente em suas almofadas. Em conseqüência, além
de chato os dedos se separam.
V. figuras 24 e 25.
Pelve, Fêmur, Tíbia, Perônio, Tarso,
Metatarso e Falanges.
Pelve:
Também chamada de osso da bacia, a Pelve
é o maior dos ossos lisos. É Formada por três ossos soldados entre si: ílio, ísquio e púbis.
O ílio é o maior dos três e tem
formato triangular, sendo que seu ângulo externo (tuberosidade pélvica) forma
a ponta da bacia.
O ísquio forma a parte posterior do
assoalho da pélvis e seu bordo medial se encontra com o osso do lado oposto na
sínfise isquiática.
O púbis é a menor das três e forma a
parte anterior do assoalho da pélvis. A borda medial se une com o osso do
lado oposto ao nível da sínfise do púbis. Os três ossos se encontram para
formar o acetábulo que é uma cavidade que se articula com a cabeça do fêmur. V. figura 26.
Fêmur:
Sem dúvida, o fêmur é o mais
volumoso e sólido dos ossos longos. Articula-se por cima com acetábulo
(pelve) e por baixo com a tíbia e rótula. A articulação fêmur-tíbio-rotuliana
ou patela, é formada pelo encontro do fêmur, da rótula e da tíbia.
O fêmur é a base óssea da coxa. V. figura 27.
Tíbia e Fíbula:
Articulada por cima com o fêmur e
por baixo com o tarso, temos
a Tíbia.
A fíbula é um osso longo e reduzido
situado ao longo da borda lateral da tíbia.
A perna é formada pela região cuja
base óssea é formada pela tíbia e fíbula.
Tarso:
São sete ossos que se articulam por
cima com a tíbia e por baixo com os metatarsianos. V.
figura 28.
Metatarso:
São cinco metatarsianos, o primeiro
em geral é muito pequeno. V. figura 29.
Falanges:
O primeiro dedo, geralmente, falta. No entanto,
quando existe consiste em uma ou duas falanges. Há também os supranumerários
ou aberrantes que em algumas raças são obrigatórios (Pastor de Brie) e na maioria descartáveis. As falanges dos outros
dedos se parecem com as do membro anterior. V. figura
30.
O corpo do cão é formado por: Linha
superior, Linha inferior, Plano anterior, Plano posterior, Planos laterais.
Linha superior:
É constituída pela cruz, pelo dorso,
pelo lombo e pela garupa.
A linha superior pode ser:
No nível: Ex: Afghan
Selada: somente o dorso. Ex: Caniche e Dogos.
Carpeada: somente o dorso. Ex: Whippet
e Greyhound.
Ligeiramente descendente: da Cruz a garupa. Ex: Dobermann.
Cedida: quando da cruz a garupa a coluna
for se parece a um fio de estender roupa.
Linha inferior:
É formada pelo peito e pelo ventre. Sua
base óssea é o esterno (piso da cavidade do tórax), continuando-se com o
ventre e o púbis.
Plano anterior:
É formado pela parte inferior do
pescoço, pelos ombros (esquerdos - direito) e pelo manúbrio do esterno. A
esta região se denomina antipeito.
Plano posterior:
É constituído pelo ânus, pela vulva
na fêmea e pela parte posterior dos membros, sendo perceptível o ísquio, a
ponta dos jarretes e os jarretes.
Planos laterais:
Membro anterior, costelas, vazio e
membro posterior. Através do plano lateral, medimos o comprimento e a
profundidade do tórax. V. figura 31.
Comprimento: é medido desde a extremidade do antipeito (ombro) até a última costela.
Profundidade: é determinada pela distância
percorrida da cruz ao esterno. É importante salientar que se o esterno
estiver abaixo do cotovelo o tórax é profundo. Se o esterno estiver à altura
do cotovelo apresenta profundidade média. Caso esteja acima dele é denominado
de pouco profundo. A profuindidade é determinada da
forma descrita quando o cotovelo estiver corretamente colocado (angulações escápulo-umeral e úmero-rádio-ulnar
corretas), pois, do contrário, a profundidade do tórax será modificada pelas
angulações incorretas.
No desenho encontramos diversos
tipos de músculos, isto é, aqueles que nos interessam para o nosso propósito.
Veja a importância de todos os que se inserem no pescoço e vão do esterno,
escápula e braço, e como de seu comprimento depende o comprimento e a largura
do pescoço. Também dependerá (além de posicionar dos ossos) deles a
movimentação que se pode produzir. V. figura 32.
O movimento correto dependerá do
desenvolvimento dos extensores e dos flexores em ambos os membros.
A linha superior mais correta, corresponderá à fascia dorsolombar bem desenvolvida e tensa.
Não entraremos no estudo aprofundado
dos músculos, pois isso acarretaria a necessidade de conhecimentos avançados,
o que não é nosso objetivo no presente trabalho.
No entanto, a excelente musculatura
pode ser reconhecida pela simples visão, nas raças de pelo curto, assim como
pelo tato nas raças de pelo longo.
Cumpre ressaltar, finalmente, que um
cão da competição deve ser um atleta, desde que deverá suportar todas as
exigências da mesma. V. figuras 33 e 34.
Gostei muito de seu blog e agradeço, pois estou estudando atualmente para ser assistente de veterinária.
ResponderExcluirabraços
Muito bom para revisar o necessário na clínica. Sou graduada em veyerinária desde 2007 e atuo na área de acupuntura. Ótima revisão. Obrigada!
ResponderExcluirMuito bom para revisar o necessário na clínica. Sou graduada em veyerinária desde 2007 e atuo na área de acupuntura. Ótima revisão. Obrigada!
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